Sistema MES: Integração a sistemas de gestão para atender o Bloco K do SPED Fiscal
Automação do chão de fábrica integrada a sistemas de gestão simplifica implementação e mitiga riscos de penalidades pesadas do Fisco
Entre os grandes contribuintes do setor industrial, os projetos de conformidade às normas de preenchimento do Bloco K estão no eixo da agenda tanto dos gestores responsáveis por controle de produção e estoque quanto dos profissionais de contabilidade e gestão tributária.
Junto ao trabalho desses especialistas, a área de TI tem o desafio de entregar os dados referentes aos processos físicos no chão de fábrica, aos sistemas de gestão que interagem com o SPED.
Dois impactos se destacam nessa transição. O primeiro, obviamente, é para as empresas que empregam artifícios para sonegação de impostos como subfaturamento; superfaturamento; hiper-dimensionamento de perdas; sub-dimensionamento de sobras, sucata e produtos acabados.
Essas práticas tendem a ser identificadas e penalizadas pelas Receitas Estaduais e Federal, aumentando o risco e custo de operação dessas empresas e forçando-as a adotar as boas práticas de concorrência ou inviabilizando-as economicamente.
O segundo impacto, é a aceleração da adoção de sistemas MES (Manufacturing Execution Systems) para automação da coleta de dados do chão de fábrica, para garantir dados precisos sobre os consumos, produção, perdas e estoques e mitigar os riscos de multas e fiscalizações do Fisco, mas que também ajudarão as indústrias a identificar e reduzir perdas de materiais e produtividade.
Da excelência operacional à governança corporativa
Tipicamente, a motivação inicial das indústrias para gerenciar produção, equipamentos, OEE e estoques por meio de um sistema MES é focada em aumento de produtividade, eficiência dos equipamentos, rastreabilidade e outros ganhos operacionais.
Ainda que a implantação do sistema MES se justifique pelos grandes benefícios operacionais e retorno às indústrias, a necessidade de adequação das indústrias ao Bloco K impõe uma maior prioridade nos projetos de automação da coleta de dados da movimentação de materiais, pois assim, o sistema MES garante a qualidade da informação do chão de fábrica para os sistemas de gestão empresarial que enviam as informações para o SPED Fiscal.
É imperativo, nesse momento, que os investimentos na automação da coleta de dados do chão de fábrica visem esses dois grandes benefícios: os ganhos operacionais e a conformidade com os requisitos do Bloco K.
O sistema MES a ser implantado, deve conciliar diversas tecnologias, como leitura de códigos de barras, conexão com balanças, CLPs, Supervisórios/SCADA, e funcionalidades como gestão de produção, OEE, controle da movimentação e consumo de materiais, Kanban eletrônico e CEP online, para assegurar a alta confiabilidade das informações.
Prazos, custos e riscos
A integração natural do sistema MES aos sistemas corporativos mitiga riscos, de erros de digitação a desvios nos processos, e dá assertividade às atividades das áreas de negócios. Em projetos como o Bloco K, essa interoperabilidade nativa do sistema MES com o ERP, junto às funcionalidades nativas do sistema MES, têm um impacto acentuado.
Para as indústrias com grande volume de produção, ou que fabrique itens complexos, é inviável gerenciar os apontamentos de produção e estoques sem sistemas informatizados.
Contudo quem não deu a devida atenção à integração dos dois mundos, a gestão industrial e corporativa, tem uma situação difícil e com pouco tempo para resolver. Tentar desenvolver essas interfaces, com todo processo de especificações, codificação etc, seria caro, dificilmente atenderia aos prazos e ainda tiraria o sono de todos após a implementação.
Já é consensual no mercado que dificilmente haverá qualquer novo adiamento dos prazos já definidos pela Receita.
Em breve, todas as indústrias terão que cumprir as exigências do Bloco K e a Receita poderá verificar a consistência dos dados, confrontá-los com padrões estatístico e com as movimentações em todo o arranjo produtivo, do insumo básico ao produto final.
Portanto, além das multas por atraso da entrega dos registros ou preenchimento incorreto, contradições entre os dados dos processos físicos e dos sistemas contábeis podem implicar pesados ônus, de penalidades pelo não recolhimento de impostos ou até suspeita de sonegação.
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