O que é a jornada 4.0 e quais são suas etapas?
Como transformar digitalmente o seu chão de fábrica?
Há 15 anos à frente da gestão de uma empresa de refrigerantes, Paulo reuniu seus gerentes certa manhã e decidiu que, a partir de então, sua indústria seria 4.0.
Pouco tempo depois, a fábrica já havia se tornado referência no país como exemplo do uso de tecnologia IoT, integração de dados, controle remoto da produção e decisões automatizadas.
Após ler esse breve case de Paulo e sua empresa, nos responda: você acredita que essa é uma história possível? Certamente não.
A transformação para o chão de fábrica digital exige planejamento, conhecimento aprofundado de cada pequeno detalhe que envolve as operações e o investimento, além de uma mudança cultural na organização e, logicamente, no tempo.
É comum ouvir de especialistas que a jornada da indústria 4.0 não é um projeto de meses; todo o escopo da indústria 4.0 só poderá ser realizado em anos.
A conversão para essa nova realidade envolve uma série de adaptações, e só é possível a partir de uma jornada 4.0 segmentada em fases que facilitam a implementação do conceito.
Neste conteúdo, vamos esclarecer do que se trata essa jornada de transformação digital, quais são os passos principais, como você pode iniciar essa caminhada e, claro, tornar a sua empresa ainda mais competitiva.
O que é a Jornada 4.0?
O conceito de indústria 4.0 surgiu na Alemanha, em 2011, criado pela Acatech, a Academia de Ciência e Engenharia Alemã. Foi também a Acatech que desenvolveu um indicador de maturidade da indústria 4.0.
Esse índice funciona como uma bússola para que as empresas possam mapear onde estão dentro da jornada 4.0 e, a partir daí, projetar estratégias a curto, médio e longo prazo para tornar suas indústrias cada vez mais conectadas e digitais.
O indicador de maturidade da indústria 4.0 é composto por seis estágios de desenvolvimento, todos com características próprias, porém interligados entre si.
Pense nessa análise do indicador de maturidade como uma viagem que deve ser feita. Para planejar as paradas para abastecimento e alimentação, você precisa saber para onde está indo e, principalmente, de onde está saindo. Essa analogia simples é um ótimo exemplo quando se trata da jornada 4.0.
Conheça os seis níveis de maturidade no caminho para a Indústria 4.0
Semelhante às revoluções industriais anteriores que impactaram a manufatura, é preciso um conjunto de tecnologias capacitadoras para que a empresa atinja a maturidade e torne viável a adoção generalizada do conceito 4.0.
Como mencionamos há pouco, na indústria 4.0, cada empresa irá se desenvolver de modo único. É fundamental, portanto, que se inicie o processo de transformação digital a partir de uma análise da situação atual e de suas cadeias produtivas.
Segundo a Acatech, essa avaliação deve envolver os seguintes índices:
Nível 1: Computadorização
Neste estágio inicial, o objetivo é automatizar tarefas manuais repetitivas por meio da introdução da automação industrial. As tarefas passam a ser suportadas por controladores microprocessados como CLPs e CNCs.
Nessa fase, diferentes tecnologias de automação são usadas isoladamente dentro da empresa, e ainda é possível encontrar muitas máquinas sem interface digital.
As empresas nesse estágio, normalmente, têm uma estrutura organizacional tradicional voltada para a operação eficiente dos setores individuais.
Ferramentas do nível 1: CLP, CNC, SCADA.
Nível 2: Conectividade
No estágio de conectividade, os sistemas isolados de automação e TI evoluem para uma arquitetura integrada, mas ainda não há a digitalização total do chão de fábrica.
Conectividade significa que, por exemplo, os dados de um projeto criado na área de engenharia e as ordens de produção planejadas do ERP possam ser enviadas para a produção a fim de que as etapas de produção sejam executadas de acordo.
Nesse estágio, a execução da produção é monitorada em tempo real, incluindo os principais KPIs de produtividade e qualidade. Tipicamente um sistema MES promove a integração de dados entre engenharia, planejamento, produção e sistemas de automação. Uma vez que a etapa de fabricação é concluída, a confirmação pode ser fornecida automaticamente e em tempo real por meio de um Sistema de Execução de Manufatura (MES).
No nível de conectividade, a empresa digitalizou a gestão no chão de fábrica, eliminando os papeis, tipicamente como diário de bordo da produção. Já podemos ter uma fábrica paperless, preparada para explorar a Internet das Coisas.
Ferramentas do nível 2: MES, ERP, Historiador, SCADA.
Nível 3: Visibilidade
Os sensores permitem que os processos sejam capturados do início ao fim com um grande número de pontos de dados. A partir dessa “sombra digital” os processos são monitorados em tempo real do início ao fim, mostrando o que está acontecendo na empresa a qualquer momento para que as decisões de gestão possam ser baseadas em dados.
Ferramentas do nível 3: Sensores e Plataforma IoT (IIoT – Industrial Internet of Things).
Nível 4: Transparência
Esta etapa envolve a empresa entender por que algo está acontecendo e produzir conhecimento por meio de análise, com o apoio da Inteligência Artificial.
Há a implementação de novas tecnologias e aplicações capazes de identificar e processar dados em massa (Big Data). Essas informações são usadas como base para identificar anomalias e suas causas, através de algoritmos de IA (Inteligência Artificial), acelerando a tomada de decisões em diferentes níveis hierárquicos.
Ferramentas do nível 4: Análise de BIG Data, Inteligência Artificial.
Nível 5: Capacidade preditiva
Com base no estágio de transparência, o próximo estágio é o desenvolvimento da capacidade preditiva. Neste nível, a empresa é capaz de simular diferentes cenários futuros e identificar os mais prováveis para a tomada de decisão e implementação de estratégias em tempo útil.
A capacidade preditiva de alto padrão é fortemente baseada em todos os estágios anteriores da jornada. A capacidade preditiva permite prever quebras (Manutenção Preditiva) de máquinas e equipamentos, assim como variações no processo que podem afetar a produtividade e qualidade da produção.
Os colaboradores têm poderes de tomar decisões rapidamente quando necessário.
Ferramentas do nível 5: machine learning.
Nível 6: Adaptabilidade
Nas empresas que já chegaram ao nível de adaptabilidade, certas decisões são automatizadas e delegadas aos sistemas de TI.
O objetivo é implementar as medidas correspondentes automaticamente, ou seja, sem assistência humana. Por exemplo, algoritmos de Inteligência Artificial enviam novos parâmetros para os sistemas de automação eliminarem anomalias, evitando perdas no processo.
Os colaboradores são alocados em atividades criativas, de inovação e de estratégia.
Ferramentas do nível 6: sistemas cyber-físicos.
- Leia também: Como preparar sua empresa para a Indústria 4.0.
Embora cada empresa deva traçar individualmente seu próprio caminho, é primordial se apoiar nos passos consecutivos da jornada para fundamentar a transformação digital do negócio.
- Leia também: Integração de Sistemas rumo a Jornada 4.0.
Conheça o diagnóstico da PPI-Multitask para a sua jornada 4.0
O mapeamento do nível de maturidade da jornada depende de uma análise detalhada de inúmeros fatores – e muitas empresas não sabem por onde começá-lo.
Se você tem interesse em começar a sua jornada para a Indústria 4.0, o primeiro passo nesse processo é, justamente, identificar em qual ponto da Jornada 4.0 o seu negócio está. Faça nosso diagnóstico gratuito e tire suas dúvidas sobre o assunto.
Sobre a PPI-Multitask
A PPI-Multitask é uma empresa com expertise em transformação digital e 25 anos de experiência em suporte para a indústria por meio do sistema MES, automação do chão de fábrica, integração de Inteligência Artificial e soluções de Internet das Coisas (IoT).
Além disso, somos um dos braços tecnológicos do grupo WEG Digital Solutions, seguindo firme no propósito, justamente, de expandir a Indústria 4.0 no Brasil. Saiba mais sobre o assunto.
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